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quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Pregador Luo: revolucionário do RAP gospel no Brasil



Dono do selo 7T, Pregador Luo já colocou no mercado mais de 400 mil cópias de CDs

Luís Alberto Caju

 Desde 1988, que o rapper Pregador Luo é envolvido com Hip-Hop. Fundador do grupo Apocalipse 16 e dono do selo independente 7 Taças, no qual Lito Atalaia gravou CDs em início de carreira, já trabalhou com diversos artistas, atualmente na luz da ribalta do RAP brasileiro. Já participou de trabalhos como: DVD de Jamily, do pastor e ícone da Gospel Music do Brasil, Adhemar de Campos, CD de Quelinah (seriado Antônia exibido na Rede Globo), lançado em 2007 e no álbum do grupo KLB, no hit “Obsessão”, lançado em 2006.
 Nascido Luciano de Souza, mas rebatizado como Luo, idêntica postura do líder negro norte-americano Malcom X, cujo sobrenome era Little. Ele ressalta que essa prática é comum entre os rappers, com vários deles herdando sobrenomes de antigos donos de escravos europeus, sem saber o significado real deles. Na busca pela identidade própria, descobriu que Luo é o nome da segunda maior tribo do Quênia, África. Luo seria o substantivo masculino da Lua, que não tem luz própria, pois reflete os raios do Sol. A proposta é ser a luz nas madrugadas, levando a claridade de Jesus Cristo para quem se encontra perdido nas trevas.
 Mas a trajetória de Luo até o sucesso não foi fácil. Antes de chegar à Terra Prometida, teve de atravessar a Jericó que todo bom cristão passa na conquista da benção. Seu pai, mecânico e eletricista, foi o primeiro DJ que conheceu. Era época da famosa toca discos Gradiente, uma das melhores na década de 1970. O velho ligava a picape e o toca fitas juntos. Quando a música do disco de vinil terminava, entrava as do toca fitas e vice-versa. Naquele tempo, os fones de ouvido eram grandes, mas serviam para animar as festas familiares.
 Desde criança ouviu muito a Black Music dos Estados Unidos, chamando sua atenção o rapper Afrika Bambaata. Não demorou em se envolver neste circuito. Anos mais tarde, já cristão, um de seus discos acabou escolhido pelo próprio Afrika Bambaata, numa seleção feita por ele em seu site, como um dos melhores discos de RAP do mundo. Antes da fama, começou a trabalhar aos 12 anos: foi ajudante de farmácia, servente de pedreiro, garçom, office-boy, escriturário, assistente administrativo e ajudante geral numa fábrica de panelas.
 Ele é responsável pelos temas de abertura dos principais lutadores de Vale Tudo nos campeonatos realizados nos Estados Unidos e Japão, destacando Vítor Belfort, Pedro Rizzo, Vanderlei Silva, Jorge Patino Macaco, Thiago Silva, Rogério Minotouro, Gezias Cavalcante (JZ Calvan), Anderson Silva, Rafael Feijão, Maurício Shogun e Lyoto Machida.
                                                           Álbum Temático
 No final de 2008 lançou o CD Música de Guerra - 1ª Missão, álbum temático contendo temas de entrada criados por ele, especialmente para os lutadores de MMA. O CD trouxe faixas inéditas com participações especiais do Ministério Trazendo a Arca, Chorão (da banda Charlie Brown Jr) e Deise (do grupo Fat Family).
À frente do Apocalipse 16 se apresentou em praticamente todo o Brasil, principalmente nas cidades do interior paulista. Ganhou com o grupo prêmios de Melhor Álbum do Ano e Grupo de Hip Hop, com o CD 2ª Vinda – A Cura e também de Melhor Selo de Hip Hop (7 Taças), ambos conferidos pelo Prêmio Hutuz, além de outras premiações.
 Em 2009 conquistou o Troféu Talento, categoria Melhor Álbum Rap, com o CD Música de Guerra- 1ª Missão. Acabou indicado, também, na categoria Álbum Independente. Essa premiação recebeu os principais nomes da Gospel Music do Brasil. No ano anterior, o Apocalipse 16 ganhou o de Melhor Álbum de Rap, por meio do CD 7T SP. No Troféu Talento 2007, o CD e DVD Apocalipse 16 – Ao Vivo recebeu sete indicações, obtendo três prêmios: Selo Independente, Melhor Banda, Melhor Álbum em Estilo Rap e Alternativos.
Somados todos os lançamentos do selo 7T, no qual lançou seus 10 títulos. Pregador Luo calcula que já soltou no mercado mais de 400 mil cópias.  Atualmente, ele está nos microfones do programa de rádio Soul Nossa Rádio, pela Nossa Rádio 91.3 FM, na capital paulista, aos sábados, das 21h às 23h, retransmitido para vária capitais do País e também pela internet.
 Nessa rádio, Pregador Luo aborda questões como respeito às mulheres, valorização do negro e da cultura afro e latino-americana, além de fazer avaliação do momento social e espiritual do Brasil e mundo. O louvor "Eu desejo" é uma radiografia atual, onde a violência inverteu a posição de pais enterrando filhos adolescentes, quando a lógica é ocorrer o contrário. Descontada as proporções, essa canção, se fosse Rock, teria sido composta por Bob Dylan no auge de sua  carreira na década de 1960, de fortes críticas à Guerra do Vietnã, que ceifou a vida de mais de 50 mil jovens dos Estados Unidos.
 A postura dele na rádio reflete o conteúdo do álbum Arquitetura da RevoLUOção, dividido em dois CDS, totalizando 39 faixas, trazendo participações especiais de Rodolfo (Banda Rodox), Rogério Sarralheiro (Templo Soul) e do violonista Miguel Garcia.
 O CD dois, dessa verdadeira nitroglicerina, batizado de Nova Ordem, tem 21 canções mescladas com participações do sambista Péricles (Exalta Samba), Lino Criz e DJ Dri, grupos Záfrica Brasil, SP Funk e Manuscritos. Nesses álbuns estão músicas como “Vocês são Damas”, valorizando o público feminino; “La Onda”, ressaltando a cultura Latino-americana, atualmente massacrada cm o lixo enviado pela Europa e Estados Unidos. “Frenesi” analisa o momento social e espiritual vivido pelo Brasil. Os destaques são as canções: “A Cidade SP”, “Tudo Pra Você”, “Firmeza na Rocha”, “Quem vai Me Trair?”, “Guerreiro do Futuro”, “Nosso Lugar não é Aqui” e “Salmos 23 e 91”.



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