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quarta-feira, 28 de agosto de 2013

DJ Alpiste: dos bailes de Black Music de São Paulo para os braços de Jesus Cristo


Alpiste foi DJ das equipes de baile Zimbabwe e Black Mad

Luís Alberto Caju


 A história de DJ Alpiste se envolvendo com a música começou aos seis anos de idade. Ali já crescia o interesse pela Black Music. Na adolescência passou a colecionar discos de vinil e passou a tocar em bailes na casa de amigos aos finais de semana.

A nata da música negra dos Estados Unidos  marcava presença em sua vida: Earth, Wind & Fire (“Reasons”, “Devotion”), Stevie Wonder (“Ribbon in The Sky”, “My Cherie Amour”), Zapp (“Be Al Right),  Michael Jackson (“Rock Robin”, “I´ll Be There”), Marvin Gaye (“Let´s Get It On”) , Kool and The Gang (“Celebration”,  “Ladies Night”) Confunkshun, The Gap Band ("No Hiding Place") entre outros.

  Com toda essa bagagem musical tornou-se DJ profissional em 1987 quando passou a trabalhar na equipe Zimbabwe, muito famosa na capital de SP pela realização de bailes de Black Music na periferia e também em salões perto do Centro da cidade. O talento o levou à concorrente Black Mad, que fazia programa musical nos finais de semana na rádio paulistana Band FM.

  DJ Alpiste, na época, foi pioneiro no movimento Hip-Hop no Brasil na década de 1980, quando a rapaziada se reunia na estação São Bento do Metrô, região central de SP. Ali conheceu JR.Blaw e formaram a Stillo Selvagem, grupo de RAP que originou o movimento. Dali desembarcou no Sampa Crew e Geração RAP, como DJ. Porém logo começou a se cansar da rotina dos bailes, onde bebida e drogas circulam velozmente e desentendimentos são resolvidos a tiro.

 Em 1993, um amigo de infância o evangelizou e o convidou para uma reunião de música gospel na Igreja Renascer em Cristo no bairro do Cambuci, Zona Sul de SP. Acabou impactado pela palavra do Senhor, que veio da boca do fundador daquela denominação, apóstolo Estevam Hernandes. Pouco tempo depois conheceu a Banda Kadoshi, já famosa desde a década de 1980 por lançar louvores no estilo Black Music. O líder do grupo, pastor e guitarrista Silas Furtado, lhe deu a oportunidade de mostrar um RAP evangélico (“Ser ou Não Ser”), quando esse tipo de louvor ainda não existia nas igrejas evangélicas.

 Era o início de um ministério de sucesso, inicialmente com dois discos e viagens por todo o Brasil, cantando e falando do testemunho que alcançaria diversas vidas. Já conhecido do público gospel, lançou em 1996 o primeiro CD solo: Transformação. A faixa “Depois do Casamento” é até hoje a mais pedida em suas apresentações. Dois anos depois gravou Éfesios 6.12. O louvor “O Inimigo” causou polêmica e ajudou vender 100 mil cópias, colocando o RAP Gospel no cenário nacional.

 Em 2001, após retornar dos Estados Unidos onde morou determinado período, colocou no mercado o CD O Peso da Palavra. A faixa “Louvado Seja” causou grande impacto nos jovens. Cresceram as viagens por todo o País e muitos adolescentes foram alcançados pela palavra de Jesus Cristo. O ano de 2003 marcou o lançamento do CD fanático, com os louvores “Cidade Nua”, “Na Quebrada” e “Fanático” colaborando para o novo projeto, em 2004, de fazer um CD e DVD acústico, que acabaram muito elogiado pela crítica e ganhando o Troféu Huttuz de Melhor CD de RAP Gospel.

  O lançamento desse álbum aconteceu na então casa de show Olympia (hoje um templo da Igreja Bola de Neve), no bairro da Lapa, Zona Oeste de SP. Naquela mesma noite, DJ Alpiste aproveitou para gravar outro DVD, O Melhor do Black, com participação das bandas Gospel FLG, Raiz Coral e Soul Dreams. Após sair da Gospel Records, ele lançou em 2006 o CD Coisas que Você Precisa Ouvir. Fez uma turnê pela Europa, para no ano seguinte colocar na praça o Mixtape Pra Sempre, que lhe deu o segundo Troféu Talento como melhor CD de RAP. Em 2008 gravou outro CD, Arrebatador, com diversas participações especiais.

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