Alpiste foi DJ das equipes de baile Zimbabwe e Black Mad |
Luís Alberto Caju
A história de DJ Alpiste se envolvendo com a
música começou aos seis anos de idade. Ali já crescia o interesse pela Black
Music. Na adolescência passou a colecionar discos de vinil e passou a tocar em
bailes na casa de amigos aos finais de semana.
A nata da
música negra dos Estados Unidos marcava
presença em sua vida: Earth, Wind & Fire (“Reasons”, “Devotion”), Stevie
Wonder (“Ribbon in The Sky”, “My Cherie Amour”), Zapp (“Be Al Right), Michael Jackson (“Rock Robin”, “I´ll Be There”),
Marvin Gaye (“Let´s Get It On”) , Kool and The Gang (“Celebration”, “Ladies Night”) Confunkshun, The Gap Band ("No Hiding Place") entre outros.
Com toda essa bagagem musical tornou-se DJ
profissional em 1987 quando passou a trabalhar na equipe Zimbabwe, muito famosa
na capital de SP pela realização de bailes de Black Music na periferia e também
em salões perto do Centro da cidade. O talento o levou à concorrente Black Mad,
que fazia programa musical nos finais de semana na rádio paulistana Band FM.
DJ Alpiste, na época, foi pioneiro no movimento Hip-Hop no Brasil na
década de 1980, quando a rapaziada se reunia na estação São Bento do Metrô,
região central de SP. Ali conheceu JR.Blaw e formaram a Stillo Selvagem, grupo de
RAP que originou o movimento. Dali desembarcou no Sampa Crew e Geração RAP,
como DJ. Porém logo começou a se cansar da rotina dos bailes, onde bebida e
drogas circulam velozmente e desentendimentos são resolvidos a tiro.
Em 1993, um amigo de infância o evangelizou e
o convidou para uma reunião de música gospel na Igreja Renascer em Cristo no
bairro do Cambuci, Zona Sul de SP. Acabou impactado pela palavra do Senhor, que
veio da boca do fundador daquela denominação, apóstolo Estevam Hernandes. Pouco
tempo depois conheceu a Banda Kadoshi, já famosa desde a década de 1980 por
lançar louvores no estilo Black Music. O líder do grupo, pastor e guitarrista Silas
Furtado, lhe deu a oportunidade de mostrar um RAP evangélico (“Ser ou Não Ser”),
quando esse tipo de louvor ainda não existia nas igrejas evangélicas.
Era o início de um ministério de sucesso,
inicialmente com dois discos e viagens por todo o Brasil, cantando e falando do
testemunho que alcançaria diversas vidas. Já conhecido do público gospel,
lançou em 1996 o primeiro CD solo: Transformação. A faixa “Depois do Casamento”
é até hoje a mais pedida em suas apresentações. Dois anos depois gravou Éfesios
6.12. O louvor “O Inimigo” causou polêmica e ajudou vender 100 mil cópias,
colocando o RAP Gospel no cenário nacional.
Em 2001, após retornar dos Estados Unidos onde
morou determinado período, colocou no mercado o CD O Peso da Palavra. A faixa “Louvado
Seja” causou grande impacto nos jovens. Cresceram as viagens por todo o País e
muitos adolescentes foram alcançados pela palavra de Jesus Cristo. O ano de
2003 marcou o lançamento do CD fanático, com os louvores “Cidade Nua”, “Na
Quebrada” e “Fanático” colaborando para o novo projeto, em 2004, de fazer um CD
e DVD acústico, que acabaram muito elogiado pela crítica e ganhando o Troféu
Huttuz de Melhor CD de RAP Gospel.
O lançamento desse álbum aconteceu na então casa de show Olympia (hoje
um templo da Igreja Bola de Neve), no bairro da Lapa, Zona Oeste de SP. Naquela
mesma noite, DJ Alpiste aproveitou para gravar outro DVD, O Melhor do Black,
com participação das bandas Gospel FLG, Raiz Coral e Soul Dreams. Após sair da
Gospel Records, ele lançou em 2006 o CD Coisas que Você Precisa Ouvir. Fez uma
turnê pela Europa, para no ano seguinte colocar na praça o Mixtape Pra Sempre,
que lhe deu o segundo Troféu Talento como melhor CD de RAP. Em 2008 gravou
outro CD, Arrebatador, com diversas participações especiais.