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sexta-feira, 13 de junho de 2014

Keith Green: Adorador da Gospel Music dos EUA que deixava o dinheiro em segundo plano



Keith Green tinha interesse em ganhar vidas para Jesus Cristo, em vez de sucesso

Luís Alberto Alves

 Keith Green viveu 29 anos, mas neste curto espaço de tempo deixou grandes lembranças na Gospel Music dos Estados Unidos. Além de cantar, escrevia, interpretava e tocava piano, guitarra, contrabaixo e percussão. Ele entrou no mundo da música ainda criança, com três anos de idade já mexia com Ukulele (instrumento igual violão, mas com quatro cordas).
 Aos cinco passou para a guitarra e dois anos depois começou estudar piano. O talento precoce virou notícia nos programas jornalísticos dos Estados Unidos, como Arthur Laurents e Los Angeles Times. Em fevereiro de 1965, aos 12 anos, tinha composto 40 canções originais. Entrou na Decca Records, na época uma das maiores gravadoras do mundo, depois adquirida pela Polygram. Seus colegas de casa eram Louis Armstrong, Elvis Presley, Rolling Stone e George Harrison.
 O projeto da gravadora era transformar Green num ídolo teen. Mas a fama não conseguiu colar nele, por causa do surgimento de Donny Osmond, jovem cantor que virou febre entre os adolescentes. Logo Green caiu no anonimato.
 Judeu, ele cresceu lendo o Novo Testamento. Confundido entre sua religião e os mandamentos cristãos de Jesus, mergulhou nas drogas e no misticismo oriental. Sem respostas para as dúvidas passou a estudar Filosofia e Teologia. Virou seguidor de Cristo, logo sua esposa também aceitou o cristianismo.
 Em 1975 o casal começou um programa de evangelização na periferia de Los Angeles, Califórnia e Vale de San Fernando. Logo a casa deles encheu de prostitutas, drogados e sem-tetos. Todos recebiam cuidados e a Palavra de Deus.
 A comunidade cresceu rápido, com várias conversões e batismos. Compraram outra casa e alugaram mais cinco no mesmo bairro. Influenciado pelo pregador Leornard Ravenhill, durante suas apresentações exortava os ouvintes a se arrepender e seguir Jesus Cristo. Em 1976 lançou o álbum Firewind, com os adoradores Terry Talbot, John Talbot e Barry McGuire. Depois veio For Him Who Has Ears to Hear, de 1977, e chegou ao topo nas rádios de programação evangélica dos Estados Unidos. O ano de 1978 marcou a chegada do disco No Compromise.
 Em 1979 encerrou o contrato com a produtora Sparrow e ouvindo Deus não cobrou mais dinheiro por suas apresentações, lançando a política do “pague o que puder”. Keith e a esposa hipotecaram a casa para financiar o próximo álbum , So You Wanna Go Back To Egypt, incluindo a participação de Bob Dylan, quando vivia uma fase cristã.
 O disco foi oferecido pelos Correios e nos shows a pessoa pagava o que podia. Em maio de 1982 ele enviou 200 mil cópias. Dessas, 61 mil não recebeu nada, foram todos gratuitos. Repetiu a experiência com os discos Keith Green Collection (1981) e Songs For The Shepherd (1982). Quando enviava o material para livrarias evangélicas, uma segunda fita cassete era grátis para servir de evangelização e difundir a Palavra de Deus.
  Posteriormente a política do "pague o que puder" foi estendida a todos os seus outros álbuns e materiais produzidos pelo seu ministério. Antes, em 1978, Green criou o Last Days Ministries e passou a publicar o jornalzinho Last Days Newsletter, com poucas páginas, até virar uma revista em cores, que ganhou o nome de Last Days Magazine no começo de 1985.
 A publicação trazia matérias dele e sua esposa, como de grandes homens de fé, a exemplo dos pastores David Wilkerson, Leonard Ravenhill e Winkie Pratney, todos afinados na mesma visão. Mais tarde a revista incluiu textos de cristãos clássicos como Charles Finney, John Wesley, William Booth e sua esposa Catherine. A maioria dos artigos foi reimpressa como folhetos em 50 idiomas diferentes. No auge, a Last Day Magazine circulou com mais de 16 milhões de exemplares.
 Em 1979 o ministério mudou para o bairro Vale de San Fernando, na periferia de Los Angeles, num rancho de 160 mil metros quadrados. Infelizmente em 28 de julho de 1982, Green e mais 11 cristãos morreram num acidente aéreo quando voavam fazendo um passeio na região da propriedade. No desastres perderam a vida dois de seus filhos, Josiah e Bethany.
 Ao contrário da postura de vários artistas evangélicos atuais, tanto brasileiros quanto norte-americanos, Green não era artista por profissão. Não era apegado ao dinheiro. Também não se comportava como pop star. Procurava ficar próximo do público e ganhar vidas para Jesus Cristo.


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